Certa professora iniciou o ano letivo com a ideia de manter a disciplina em sala de aula. Uma das estratégias que planejou usar, era justamente a de “ameaçar punir o aluno” com a intenção de que ele cumprisse as regras da sala.
“Vittor, responde a atividade, caso contrário vou deixar você sem recreio e você ficará fazendo a tarefa”, “Luana para de perturbar a colega, vou mandá-lo para Diretoria ou vou mandar um recado na sua agenda”. Essas e outras ameaças eram comuns na sua aula. Ela tinha plena convicção que assim ela conseguiria controlar a sua turma.
Mas não era só isso. A outra estratégia usada por ela, era escrever o nome do aluno que não estava se comportando como deveria, no caderno ou na lousa, e cada vez que ele desobedecia, ela marcava um X no nome dele. Era uma forma de amedrontá-lo, porém ele sempre continuava.
Essas e outras estratégias eram aplicadas pela professora, que com o passar do tempo percebeu que não tinha efeito algum, pois os alunos com alguns dias nem davam a mínima para as suas ameaças, pois perceberam que ela só ameaçava e na verdade nunca cumpria.
Até que ela resolveu pedir ajuda, achou que não funcionava somente com a sua turma, mas descobriu que ameaçar o aluno, definitivamente, não funciona em turma alguma.
Aquela professora foi bem orientada e conseguiu mudar totalmente as estratégias.
Vamos ver o que ela conseguiu perceber ao longo de pesquisas e orientações de professores experientes, coordenador pedagógico, e começou a pôr em prática e colher resultados positivos.
continue lendo…
1. POR QUE NÃO DEVO AMEAÇAR?
a) Os alunos já conhecem as regras e as punições
Umas das razões pelas quais não se deve e não precisa ameaçar o aluno, é pelo fato de eles já conhecerem o acordo que foi feito no início do ano, inclusive por eles próprios junto ao professor, e lá está contido tanto as regras como as punições para quem infringi-las.
Caso o aluno não esteja respeitando nem obedecendo o acordo estabelecido, a atitude mais sensata do professor será fazer valer o acordo. O professor precisa tomar essa atitude para que os alunos vejam autoridade nele, dando-lhes também mais credibilidade.
Vale ressaltar, que as regras assim como as punições tem que ser bem claras, e o professor precisa usá-las como forma de orientação, aconselhamento sobre o comportamento moral e ético dos alunos.
Na escola é papel principalmente do professor conscientizar os alunos que eles precisam mudar determinados comportamento e aplica-lo tanto na escola, como na sociedade.
b) O que vale não é a ameaça
A real intenção da maioria dos professores quando ameaça, é simplesmente intimidar o aluno ou podemos até considerar como uma chantagem, “Se não se comportar vou mandar para fora da sala”.
É comum o professor ameaçar que vai castigar o aluno, quando na maioria das vezes a intenção nunca foi essa. Quando a intenção é mesmo punir, ele não ameaça.
Além da intimidação não resolver problema algum, ela pode aumentar ainda mais o problema. No início, pode até trazer um certo medo para alguns alunos, mas quando percebem que o professor nunca cumpre, o medo vai passar, e eles vão ignorar com certeza suas ameaças e consequentemente não acreditarão mas na sua palavra.
Porém, tem ainda um detalhe, mesmo que o aluno obedeça por medo de ser castigado, isso não é bom, pois jamais deve ser essa a intenção do professor, despertar medo nos alunos.
Infelizmente, o medo tem sido usado por muitos professores como forma de poder sobre o aluno.
Sendo que a real função do professor é instruir o aluno de que ele não deve obedecer por medo, e sim por consciência do seu papel.
Portanto, percebe-se que a ameaça não vai trazer benefício algum, pelo contrário, pode prejudicar o aluno despertando nele o medo, assim como também tirando mais ainda a autoridade do professor, que na maioria das vezes não cumpre as ameaças.
Professor, tenha consciência que a sua missão não é ameaçar o aluno. O que fazer então? Quer saber?
Então continue lendo…
2. O QUE DEVO FAZER EM VEZ DE AMEAÇÁ-LO
a) Dialogar sobre o comportamento do aluno
O diálogo é sempre a melhor maneira usada para resolver os conflitos, logo é interessante que o educador seja flexível a esse respeito, dando ao aluno o direito de falar o que sente, de expressar a suas opiniões, etc.
Isso pode ser feito em uma assembleia em sala de aula, nas conversas particulares ou até mesmo em uma reflexão em sala, sobre comportamento, ética, enfim sobre a consciência da importância e compreensão dos motivos das regras.
b) Cumprir com o acordo estabelecido em sala
Independente de qual seja a punição estabelecida para o aluno quando infringir o acordo, o professor precisa saber que o segredo é: aplicá-las imediatamente.
É exatamente isso, não é necessário dar advertência alguma, nem ficar adulando ou amedrontando.
Para que o acordo funcione de forma eficaz e você consiga gerenciar sua sala de maneira eficiente, você deve saber o princípio do acordo: cumprir, imediatamente, o que foi acordado. Seja preciso e aplique a sanção.
CONCLUSÃO
Sabemos que promover a disciplina, num mundo em que, por vezes, se discute se o papel de educar para a convivência em sociedade cabe aos pais ou às escolas, parece algo impossível de se conseguir.
No entanto, tem sido um grande desafio por parte dos educadores que deverão ter atitude de agir na hora e no momento certo.
Vale ressaltar, que não adianta esperar obediência absoluta dos alunos, mas sim compreensão dos motivos das regras e de como elas interferem na nossa vida coletiva, quando não são cumpridas,
Espera-se que a escola construa regras com os alunos, sensibilizando-os que isso é combinado para o bem comum, pois assim é que conseguimos viver melhor.
Compartilhe esse artigo com seus amigos para que juntos possamos ajudar o máximo de professores a manter a disciplina, não ameaçar o aluno. Deixa seu comentário com a sua opinião aqui abaixo.